Dra. Larissa Ribeiro Pacheco

 

Bronquiolite e o  Vírus Sincicial Respiratório

Entendendo a Bronquiolite: causas, sintomas, tratamento e prevenção

A bronquiolite é uma doença respiratória viral aguda que afeta principalmente lactentes e crianças pequenas. Caracterizada por inflamação e obstrução das vias aéreas inferiores, a bronquiolite é uma das principais causas de hospitalização de bebês com menos de um ano de idade, especialmente durante os meses de inverno.

 

Vírus Sincicial Respiratório: que vírus é esse que eu nunca tinha ouvido falar?

 

   

 

 

O Vírus Sincicial Respiratório é um velho conhecido dos Pediatras. Ele não é muito falado porque não é muito comum infectar os adultos. É um vírus que causa quadros mais graves e mais importantes nas crianças pequenas, principalmente nos menores de 2 anos. Então o pediatra conhece muito bem a época da bronquiolite , que é quando o Vírus Sincicial Respiratório está circulando , mas os pais normalmente vão conhecê-lo quando começam a ter contato com uma criança. Então, esse vírus não é novo! Não se preocupem pois não é uma nova pandemia!

 

Bronquiolite é sempre causada pelo Vírus Sincicial Respiratório?

 

       

 

 

A causa mais comum da bronquiolite é o vírus sincicial respiratório (VSR), responsável por cerca de 70% a 80% dos casos. No entanto, outros vírus respiratórios, como rinovírus, adenovírus, influenza e metapneumovírus, também podem desencadear a doença. A transmissão ocorre por meio do contato direto com secreções respiratórias infectadas ou por contato indireto com superfícies contaminadas.

 

 

Esse vírus pode se manifestar mais de uma vez?

Sim! A criança pode ter mais de uma infecção
pelo Vírus Sincicial Respiratório. No geral ela tende a ser menos perigosa porque a criança está crescendo e ficando mais capaz de responder a esse vírus, mas ela pode ter graves na segunda ou terceira infecção . Então, não tem como prever o que vai acontecer.

 

 

Como a criança pega Bronquiolite?

Importante lembrar que a bronquiolite é acusada por vírus, e como vimos na Pandemia, vírus se transmite de pessoa para pessoa na grande maioria das vezes. Em alguns casos pode pegar através de objetos contaminados, mas isso é muito menos relevante do que o contato com uma pessoa doente propriamente dita.

Contato com pessoa doente não quer dizer que a pessoa precisa estar com bronquiolite. A criança pode ter contato com uma outra criança que está com resfriado e ela acaba manifestando bronquiolite porque depende de como o vírus vai se comportar no corpo dela.

 

Então, manter medidas de higiene como lavagem das mãos , lavagem nasal, sono adequado e alimentação saudável são muito importantes pra evitar quadros infecciosos.

 

 

Como identificar esforço respiratório?

Identificar o esforço respiratório em bebês pode ajudar a reconhecer possíveis problemas respiratórios. Aqui estão algumas características que podem indicar esforço respiratório em bebês:

1. Respiração rápida ou superficial: Um bebê pode estar fazendo mais esforço para respirar se estiver respirando mais rápido do que o normal, com movimentos rápidos do peito ou abdômen.


2. Retrações: As retrações ocorrem quando o bebê parece estar puxando a pele entre as costelas para dentro à medida que respira, o que pode ser observado nas áreas do peito, pescoço ou debaixo das costelas.


3. Narinas alargadas: Se as narinas do bebê estiverem alargadas durante a respiração, isso pode indicar que ele está lutando para obter ar suficiente.


4. Uso de músculos acessórios: Se o bebê estiver usando os músculos do pescoço, ombros ou abdômen para ajudar na respiração, isso pode ser um sinal de esforço respiratório.


5. Chiado ou ruídos respiratórios: Sons como chiados, sibilos ou rangidos durante a respiração podem indicar que as vias aéreas estão estreitadas devido ao esforço respiratório.


6. Balanço da cabeça: Em bebês muito pequenos, um movimento rítmico de balanço da cabeça durante a respiração pode ser um sinal de dificuldade respiratória.


7. Coloração da pele: Alterações na cor da pele, como azulamento dos lábios, da face ou das extremidades, podem indicar falta de oxigênio devido ao esforço respiratório.

Se você notar algum desses sinais em um bebê, é importante procurar atendimento médico imediatamente pois isso pode indicar uma condição respiratória séria que requer avaliação e tratamento adequados.

 

Quais os principais sintomas? E quais situações são mais preocupantes?

   
           

 

No geral a Bronquiolite tem sintomas parecidos ao resfriado comum: nariz escorrendo, tosse, febre, remela no olho, criança mais prostrada… Só que na Bronquiolite , a criança apresenta desconforto respiratório.
Existem vários fatores de risco que aumentam a suscetibilidade de uma criança à bronquiolite. Prematuridade, idade inferior a seis meses, exposição ao fumo passivo, falta de aleitamento materno, história familiar de doenças respiratórias e frequentar creches são alguns exemplos.

 

Como prevenir a Bronquiolite?

 

 

 

 

1. Lavagem das mãos: Lave as mãos regularmente com água e sabão, especialmente após tossir, espirrar ou assoar o nariz, e antes de tocar em bebês ou crianças pequenas.


2. Evitar contato próximo: Evite o contato próximo com pessoas doentes, especialmente se estiverem apresentando sintomas de infecção respiratória.


3. Evitar aglomerações: Reduza a exposição a ambientes lotados, como creches e eventos com grandes multidões, durante os surtos sazonais de bronquiolite.


4. Promover a amamentação: Incentive a amamentação exclusiva durante os primeiros seis meses de vida, pois o leite materno fornece anticorpos que ajudam a proteger o bebê contra infecções respiratórias.


5. Manter ambientes limpos: Limpe regularmente superfícies tocadas com frequência, como maçanetas, brinquedos e telefones, para reduzir a disseminação de vírus respiratórios.


6. Ventilação adequada: Mantenha os ambientes internos bem ventilados, abrindo janelas e evitando o ar estagnado, especialmente em locais onde há muitas pessoas reunidas.


7. Evitar fumaça de tabaco: Evite a exposição do bebê à fumaça de tabaco, pois isso aumenta o risco de desenvolver infecções respiratórias, incluindo bronquiolite.


8. Vacinação contra o VSR: Em certos casos de alto risco, como bebês prematuros ou com condições médicas subjacentes, a vacinação contra o vírus sincicial respiratório (VSR) pode ser recomendada para prevenir a bronquiolite grave.


9. Práticas de higiene respiratória: Cubra a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, usando um lenço de papel ou o cotovelo, e ensine as crianças mais velhas a fazer o mesmo.


10. Cuidados com os irmãos mais velhos: Se um irmão mais velho estiver doente, tome medidas para evitar que ele transmita o vírus ao bebê, como separá-los sempre que possível e promover práticas de higiene adequadas.

Seguir essas medidas preventivas pode ajudar a reduzir o risco de contrair bronquiolite e outras infecções respiratórias em bebês e crianças pequenas.

 

           

 

 

Qual o tratamento?

Como a bronquiolite é uma doença viral, o tratamento é principalmente de suporte e focado no alívio dos sintomas. Manter a hidratação adequada, monitorar a oxigenação e garantir a nutrição adequada são aspectos essenciais do manejo clínico. Em casos graves, pode ser necessária a hospitalização para fornecer suporte respiratório, como oxigenoterapia ou ventilação mecânica.

O uso de broncodilatadores, como os agonistas beta-2 adrenérgicos, como a salbutamol, é controverso e não está indicado de rotina na bronquiolite. O mesmo se aplica ao uso de corticosteroides sistêmicos, que não demonstraram benefícios significativos na melhora dos desfechos clínicos.

Além disso, medidas preventivas desempenham um papel importante no manejo da bronquiolite, incluindo a lavagem frequente das mãos, evitar o contato próximo com pessoas doentes e manter os ambientes bem ventilados.



 

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